segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Shiva amaldiçoado


A história é que Shiva estava fazendo amor com Devi, sua consorte. E é claro que, quando Shiva faz amor com sua consorte, não é um amor comum. E ele não faz amor com as portas fechadas; as portas estavam abertas. Houve um problema no mundo dos deuses, e Brahma, Vishnu e uma grande multidão de deuses tinham ido perguntar qual seria a solução de Shiva para aquela questão urgente. Por isso eles entraram na sala – a privacidade de Shiva tornou-se conhecida – mas ele estava tão absorvido no amor, que não percebeu que havia uma multidão assistindo. Todos os deuses tornaram-se voyeurs. Não conseguiram sair, porque algo muito forte estava acontecendo. A energia era muito grande, eles a sentiam. Não conseguiram sair. Não conseguiram interromper, porque aquilo era algo muito sagrado.
E Shiva continuou fazendo amor, sem parar. Os deuses começaram a ficar preocupados, pensando se ele nunca ia parar. E estavam com um problema tão grande que uma solução urgente era necessária. Mas Shiva estava completamente distraído. Ele não estava ali, Devi não estava ali – o homem e a mulher tinham se misturado completamente, um dentro do outro. Uma unidade tinha se formado, uma grande síntese, uma enorme orquestra de energias.
Eles queriam ficar, mas ficaram com medo dos outros deuses. É assim que a mente puritana funciona. Estavam muito interessados em assistir, mas ficaram com medo, porque se os outros vissem que eles estavam assistindo, observando e gostando, perderiam seu prestígio. Por isso, eles amaldiçoaram Shiva: “A partir de hoje, sua imagem desaparecerá do mundo e você será lembrado como um símbolo fálico”: lingam em yoni, sol na lua, a jóia no lótus. “Agora você será sempre lembrado como um orgasmo”. Essa foi a maldição.

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Os outros deuses amaldiçoaram Shiva, mas essa maldição parece ter se transformado em uma benção, porque o símbolo é muito belo. É o único símbolo fálico no mundo adorado como um Deus, sem qualquer condenação. Os hindus se esqueceram completamente de que ele é fálico; não dizem que ele é fálico. Eles o aceitaram totalmente. E o símbolo é belo porque não é apenas Shiva ali, mas também yoni, yin, também está lá. O lingam é colocado no yoni; os dois estão se encontrando. É um símbolo de encontro, de orgasmo, da energia se tornando uma só.
O mesmo ocorre por dentro, mas só acontecerá quando você deixar a mente. O amor só é possível quando você deixa a mente de lado. Mas quando você deixa a mente, não apenas o amor, mas Deus também se torna possível, porque amor é Deus.


(OSHO. Além de marte e vênus. São Paulo: Celebris, 2006. p.190-197)

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De acordo com as escrituras Védicas, SHIVA é o símbolo máximo da potência masculina. Em seu planeta, a montanha KAILASA, existem apenas entes femininos, e quem quer que pise em sua terra, imediatamente se transforma em mulher. SHIVA possui um terceiro olho que sempre permanece fechado, pois no momento em que abri-lo, toda a criação será incinerada pelo calor abrasivo do fogo da renovação.



LINGAM: Também chamado de linga, é o símbolo fálico de Shiva, que representa o instrumento da criação e da força vital, a energia masculina que está presente na origem do universo. Está associado ao poder criador de Shiva. A palavra "lingam" significa emblema, distintivo, signo. O lingam é o emblema de Shiva. Na Índia, reverenciar o lingam é o mesmo que reverenciar a Shiva. Ele pode ser feito em qualquer material, embora o preferido seja o de pedra negra. Na falta de uma escultura, se constrói um lingam com a areia da praia ou do leito do rio; ou simplesmente se coloca em pé uma pedra ovalada. É comum nos templos, se pendurar sobre o lingam uma vasilha com um pequeno orifício no fundo. A água é derramada constantemente sobre ele numa forma de reverência. A base do lingam representa a yoni, o genital feminino, mostrando que a criação se dá com a união do masculino e feminino.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Vogel



Todos esses que aí vão
atravancando meu caminho
eles passarão,
eu passarinho.

(Mário Quintana, Poesias)


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Vogel é pássaro em alemão.

A primavera chegou!!!!



Hoje, dia 23 de setembro, aos 9 minutos da madrugada, entramos na primavera 2010.
Eu adoro. Primavera e Outono são minhas estações favoritas. Mas o mais bacana é a variação, sem dúvida.
E gosto mais ainda de acompanhar as mudanças que as estações trazem.
Agora é tempo de semear e florescer. 
E eu sinto que é como a vida realmente ganhasse nova força, ao meu redor e dentro de mim.
Que seja para todos!
Feliz Primavera!!!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ó dúvida cruel

Estou com algumas dúvidas... depois de pensar em várias possibilidades práticas e racionais e não chegar a conclusão nenhuma, fui para pegar um conselho do tarô, num site que tem esse serviço gratuito. E o que me sai? Os Enamorados:


Eis um trecho do que o arcano traz: 
"Aceite a dúvida como algo que liberta, que permite que se pense melhor sobre tudo. Não se deixe guiar por impulsos emocionais e dê tempo ao tempo. Se você não consegue tomar uma atitude por não conseguir chegar a um resultado final, melhor nada fazer e esperar um tempo mais adequado".
Legal... mas fala isso para uma aquariana com ascendente em áries...

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E para ajudar ainda estou num trânsito astrológico que diz que tudo o que eu disser pode se mal interpretado e gerar confusão. MARAVILHA!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dani Lee foi passear, Dani Lee foi encontrar o amor

Dani no Danimóvel


Minha amiga casou!!! Juntou os trapinhos com o namorado. Achei tão lindo!!! Nada de cerimônia, um simples acerto entre duas partes afins. Simples assim.
Ela é uma das pessoas mais divertidas deste mundo, doidinha. E ao mesmo tempo tão romântica, com suas roupas de boneca e músicas meigas.
Este ano ela está com tudo: comprou seu carro, viajou para Argentina, apostou tudo no amor... e ganhou.
Querida Dani, seja sempre feliz!!!!

Eu e Lelê, Lelê e eu

Lady Blue e Lelê escolhendo teatro para audição deste ano
Este é o melhor primo do mundo. Meu amigo, descolado e um baita pianista. E que sempre me dá trabalho (de MC nas audições da escola de música dele).
Nós somos diferentes, mas temos humor afinado entre nós. Por nossa aparência, ninguém diz que somos primos. Mas é só começarmos a falar nossas besteiras que isso é inegável!
Para mim, que sou filha única é maravilhoso ter alguém como o Lelê.
Lelis, te adoro!!!!!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Over


Uma coisa que eu tenho aprendido ultimamente é perceber que determinadas coisas chegam ao fim mesmo, encerram seu ciclo e acabou. E mais que isso, a tirar meu cavalinho da chuva nessa hora, mesmo que eu quisesse que lá ele ficasse mais uns minutinhos.
E está sendo um processo interessante.
Primeiro, eu queria que as pessoas percebessem isso, sem eu dizer nada. Às vezes já tinha dado meu tempo, mas havia insistência por parte dos outros, e eu não entendia porque eles queriam perder tempo comigo, que não queria mais papo. Aí eu me dissolvia no ar, como que abduzida, e nunca mais houve notícias minhas.
Agora, eu entendo que tenho que dar um ponto final, e explicar mesmo que não pretendo estar disponível caso seja procurada. E falo de todas as situações da vida: amores, amizades, trabalhos, vizinhos, atendentes de telemarketing, etc.
Segundo, a parte mais delicada. Perceber que o contrário também acontece: por mais adorável, linda, inteligente, simpática, produtiva e modesta que eu seja, também há pessoas que não querem mais me ver nem pintada de ouro. E que ocorre é aquele velho problema do orgulho ferido. Como assim, eu não sirvo para você?!?!!?
Mas mesmo assim eu tenho uma reclamação: se eu aprendi a dizer que não dá mais, ao invés de simplesmente evaporar na bruma, será que os outros também não poderiam dizer isso? “Olha Darling, realmente a gente não tem nada em comum, ok. Fiquemos por aqui”.
Mas é complexo. Mamãe sempre me diz para não medir os outros por mim. Dureza...
Já vi situações de trabalho, por exemplo, em que um chefe não gostava do serviço de um subordinado, e ao invés de civilizadamente dizer isso, preferiu dia após dia humilhar a pessoa até que ela pedisse para sair (e não era regime CLT que justificasse a atitude por conta de pagar mais ou menos ao demitido). Da mesma forma, pessoas começam a ser grosseiras e evasivas com amigos ou namorados até que o outro diga aquilo que o primeiro já deveria ter dito: acabou.
Então, aprendamos: se acabou, avisemos, assim todos podem continuar a vida, sem deixar pedaços para trás.

Deixa eu falar...


Eu adoro falar... Há quem diga que quem fala muito pensa menos, mas não é verdade. Eu penso um monte. E quando vejo, já estou longe, longe do que me fez começar a pensar. E é por isso que meditação ajuda – acalma a mente. Mas como é demorado parar a mente!
Enfim, voltando, já que eu adoro falar, e adoro pensar, e adoro falar o que penso, eu pensei: devia escrever mais. E não simplesmente escrever, mas fazer cartas, ensaios, no maior estilo Montaigne (modesta, não...). Imaginar que estou me dirigindo a alguém em particular, e mandar ver.
Uma vez, no escritório, eu (bibliotecária) e a secretária inventamos que tínhamos um auxiliar, o Max, que resolvia todas as pendências diárias, tudo aquilo que a gente não dava conta, ou aquelas pérolas que os chefes resolvem pedir quando você se levanta para dizer “até amanhã”.
Acho que seria assim. Até porque seria mais natural. Afinal, quando pequena já tinha um amigo imaginário, o Dinho. Ele vinha brincar comigo todos os dias, até meus três, quatro anos de idade. Depois na adolescência, eu imaginava que estava conversando com um garoto, que eu achava o mais inteligente, e tentava pensar o que ele me responderia. Era ótimo! Eu resolvia um monte de problemas só meus e que o restante da humanidade não tinha capacidade para me ajudar... Nada como um bom amigo para essas horas.
Mais tarde, eu de fato compartilhava minhas questões. Começou no RPG, e depois a turma já ia direto ao ponto dos problemas sem precisar de personagens. Com o passar do tempo, mudam as turmas, muda o conceito de turma e agora classifico minhas questões cruciais e decido qual pacotinho de idéias loucas revelo a cada pessoa que conheço. A algumas, confesso, nada ainda foi revelado. Mas hoje ninguém mais sabe de tudo.
Ano passado, após uma crise amorosa, após levar um fora e quase morrer, decidi que ia escrever minha biografia. Não para publicar, poupe-me disso. Mas para algumas pessoas que pensavam que me conheciam. Mentira: ela foi direcionada a apenas um cara, aquele que quebrou meu coração. E foi tão fácil escrever quando eu imaginei que era ele quem ia ler. E em menos de duas horas, resumi 31 anos de vida.
Então, novamente ao assunto, decidi que para não atormentar os ouvidos alheios com meus surtos, e para não me atormentar mentalmente para escolher qual pessoa é adequada para cada um dos meus falatórios mentais, escrever num blog é a solução.
Enfim, entendeu? É isso que eu quero dizer (pelo menos agora).
Ah, e não espere que eu vá revelar meu cotidiano ou minha intimidade. Eu quero mesmo é falar da minha cabeça, das vozes que tagarelam o dia inteiro dentro dela.
Esqueci de mencionar somente uma coisa: às vezes fico tão preguiçosa, que somente consigo pensar ou, vai, no máximo falar; escrever fica difícil...

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Mas será que alguém, além de mim, vai ler esses posts depois de algum tempo? Eu sei que eu, do nada, entro em blogs de gente que nem conheço e se gosto de algum post vou até o mais antigo e começo a ler.
Aí eu lembro que quando eu escrevi a tal biografia, eu mostrei para seis amigos (além de enviar ao dito cujo que causou a história toda), e apenas duas  pessoas leram inteira (e eram apenas treze páginas!) e eu sobrevivi ao menosprezo alheio numa boa. 


domingo, 19 de setembro de 2010

Resgate da alma em Paranapiacaba


Domingão pré-primavera. Eu, a Simone e o Carlos nos mandamos para Paranapiacaba para algo diferente: uma tarde xamânica para o resgate da alma. Eu não conheço muito de xamanismo, mas foi uma experiência muito interessante.
Eu cheguei com uma fome daquelas, mas o lanche seria servido apenas depois do ritual. Então já avisei ao pessoal: “Se vocês ouvirem um barulho, como um ronco, não se preocupem. É apenas meu animal de poder se manifestando – a solitária”. E pronto, já começou a sessão de piadinhas. É incrível, mas toda vez que eu vou a algum ritual, missa, ou qualquer outro evento do gênero, sou acometida por um surto de humor. Vai entender, né.
Descobri que os xamãs acreditam que cada vez que temos algum conflito, como uma briga, uma perda, uma discussão, uma mágoa, deixamos uma parte de nossa alma presa àquela situação ou à pessoa envolvida. Assim, é interessante fazer um ritual que chamam de resgate da alma para podermos resolver essas querelas e termos nossa alma reintegrada para podermos adentrar novas etapas de nossa vida.
Sem dúvida, trata-se do exercício do perdão. Principalmente o perdão de si mesmo. E esse é o mais difícil.
De todo modo, o toque do tambor é algo impressionante, e sem dúvida a sensação é de que algo aconteceu, para melhor.
Depois do ritual, o tão esperado lanche, um bate-papo com os novos conhecidos e uma caminhadinha pela cidade. E haja neblina!

Novo!

Hoje, após navegar horas pela internet, percebi que muitos bloggeiros têm mais de um blog. E resolvi me incluir nesse grupo. Assim, vou deixando o multiply, restrito aos mutiplyers, meio de lado, e passo a assumir este novo espaço. É o fim para um recomeço.
Bem, este recomeço coincide com outros começos (ou recomeços). Volto a estudar – agora a meta é o doutorado. Mais viagens - passei muito tempo no mesmo lugar. Volto a escrever mais, a ler mais e a assistir mais filmes e séries – sim, estou num momento introspectivo (desculpem amigos que me ligaram todos estes dias com propostas, mas eu realmente curto estes momentos de lone star), e volto a cuidar de casa e de mim.
Creio que este blog não terá um tema específico... eu poderia falar de gatos, sapatos, magia, felicidade, livros ou filmes, mas como tudo se mistura na minha vida, e aquilo que parecia improvável tende a acontecer comigo, prefiro deixar ao acaso.
Comentários, é lógico, serão bem-vindos.
E que seja dada a largada!