sábado, 13 de agosto de 2011

As regras do jogo


Além de confiar no meu taco, eu sei da falta de naipe alheia... (Sim, eu disso isso nos idos de 1999)
Há muitos anos atrás, época do colegial, eu aprendi a jogar truco. Então, eu e mais três amigos jogávamos nos intervalos e brechas do período escolar. Mudei de escola e no novo espaço não havia truco. Sem parceiros e adversários, parei de jogar. Três anos mais tarde, tive um namorado que jogava truco. Eu tentei acompanhar, mas tinha esquecido as regras. Ele explicou, explicou, explicou... Mas eu não consegui mais jogar. Anos e namorados depois, houve novas tentativas de me re-aprender o truco. Nada. Até hoje eu não jogo mais. Outros carteados, beleza, mas truco nunca mais.
Penso que na vida, tudo (ou quase tudo) tem regras. Não me entenda mal, eu não me refiro às normas sociais, principalmente essas que tolhem a maioria das pessoas, e as faz viver vidas contidas e medíocres. Refiro-me a algo maior, algo que não tem nada a ver com a moral e os bons costumes, uma coisa meio Matrix mesmo.
Tendo o mundo, o universo, a natureza regras, eu penso que nós todos, ao surgimos nesta dimensão, apreendemos as regras naturalmente, sem escolas ou professores. E aí tocamos nossa vida, naturalmente. É como falar: nascemos sem isso, e mesmo se não formos à escola, sabemos falar.
Dentre essas coisas da vida, há umas, ou mais especificamente uma, que eu não tenho conseguido acertar. Outrora eu fazia direitinho. Porém, assim como no truco, aparentemente desenvolvi um bloqueio para suas regras, e por mais que tente reaprendê-las, deparo-me repetidamente com o insucesso. E eu quero tanto, mas tanto mesmo, acertar... Não é que eu meta os pés pelas mãos – se fosse isso, numa próxima tentativa a coisa daria certo. É como seu eu estivesse num mundo a parte, sem compartilhar o mesmo código que as demais pessoas usam.
Alguém tem o manual do universo para emprestar? Serve também em arquivo eletrônico. Agradeço desde já, afinal antes do fim do jogo, quero estar situada.

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Quis custodiet ipsos custodes? ou Quem vigia os vigilantes?