domingo, 18 de novembro de 2012

A micareta


Eu realmente me senti mal ao ver aquele movimento.
Estava no lobby do hotel, esperando amigos que iriam me levar a uma festinha indoor, queijos e vinhos, coisa boa.
Quando olho para fora do hotel, havia dois ônibus estacionados, desses de dois andares cada. Com exceção dos funcionários do hotel e de mim, todas as pessoas que lotavam o lobby a espera da partida dos ônibus trajavam seus abadás, e mesmo sem música dançavam loucamente.
A mim, pareciam todos iguais, com apenas diferença de gênero: os homens com braços super malhados e querendo a toda tirar a camisa (o que era impedido pelos funcionários) e meninas com abadas cortados cujos pedaços que não ficavam no tronco enfeitavam cabelos e pulsos.
Fazia um tempo chato: friozinho e chuva, muita chuva. E isso tudo só parecia aumentar a animação daquelas pessoas.
Na sequência, aparece um moço com megafone e anuncia que dentro do ônibus é open bar. E em menos de cinco minutos todos estão com copos e garrafas nas mãos, e agora começam cantar. O baile começa...
Meus amigos atrasaram um pouco e fiquei exposta àquela cena por mais algum tempo.
Bem, eu já estava assustada... Definitivamente não pertenço a esse mundo.
Ainda bem que haveria o jantar, esse sim, alimentou o corpo e o espírito.

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No jantar, além de ótima companhia, de vinhos maravilhosos e queijos e patê mais ainda, a música estava excelente!!!
E as conversas, inteligentes, engraçadas, instigantes... pena que acabou.


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Carnaval: mantenha-se longe de minha pessoa!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Duas rupturas


1

É triste... mas acontece.
Você tem uma pessoa que se diz super sua amiga – durante anos foi assim. Desde a tenra infância, para ser mais exata.
Aí um dia, você está muito, muito triste, desesperada. Você liga um milhão de vezes. A pessoa não atende. Você deixa recado, manda mensagem. Dias depois a pessoa diz que não pode falar contigo (com você, que nunca liga desnecessariamente) porque não tinha crédito no celular. Por que não me ligou a cobrar??? O mais triste é saber que ela foi viajar de férias, uns dias depois, para outro país.
Uns meses depois, você tem outra crise, se desespera, e novamente lembra que tem aquela pessoa super amiga. Você liga para todos os telefones – celulares, fixos, trabalho... ninguém atende. Você escreve, confirmando os números – sim eles estão certos. Avisa que vai sair para espairecer, pois está mal. Ela não lê direito o que você escreve e fala para ir à casa dela um dia desses. Nem pergunta se você está bem.
Você fica possessa, decide que não dá mais. Outros amigos, com os quais você comenta, dizem para deixar de lado, para conversar a respeito com ela. Ótimo, mas você não consegue encontrar com a pessoa, ela não atende o celular, e facebook ela divide com o marido (e seu assunto não é com ele).
Passa o tempo, você começa a relevar – na verdade nem pensa mais nisso. Sua tristeza ainda está um pouco lá, você adoraria poder conversar com alguém que te conhece profundamente, há tantos anos, que se diz sua amiga, mas nem cogita mais essa pessoa. Enfim, ela te escreve, te chama diz que está com saudades. Marca um sábado.
Mas não é no sábado, é no domingo. Domingo eu não posso. Mas ela confirma mesmo assim, diz para você ir à casa dela (afinal, apesar dos milhares de convites, ela não pode vir na sua casa) e marca para depois do almoço.
Na noite do dia anterior, apenas por hábito, você manda uma mensagem confirmando. Pronto, a conversa é outra. A faxineira estará na casa dela, ela quer mudar o horário para antes do almoço, quer sair pelo centro – enfim, outro programa. Infelizmente, eu não posso ir mais cedo, há complicações (que ela nem pensou em entender) ... Por que ela marcou sábado na casa dela depois do almoço se sabia que não ia rolar???
Para mim chega. Hoje em dia, eu realmente quero saber com quem eu posso contar.
1 vez você entende, 2 vezes você tem ódio, mas tenta relevar, 3, 4 5, 6 vezes... de boa, não é para ser.

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2

Engraçada a sensação de que tudo vai mudar. E que falta pouco para isso. É estranho ter essa certeza. Ao mesmo tempo, com a certeza, vem uma tristeza, por tudo aquilo que vai deixar de existir por causa dessa mudança. Mais estranho ainda, porque foram meses sonhando com essa mudança. Mas ver o passado (ainda presente) se desvanecer dói.
Dói porque, durante muito tempo, eu quis muito que fosse eterno, e que melhorasse e que acontecesse. Mas nada houve. Se houve, foi devagar demais para mim.
Saber, querido, que apesar de toda falta de atenção e consideração que você teve comigo durante esse tempo, eu torci por você, eu torci por nós, eu quis que algo muito lindo acontecesse.
Dói, porque eu vi o bem que eu te fiz. Pensar que isso podia ter ido muito além. Você é aquele meu projeto frustrado, que não deu certo, apesar de todo o investimento e dedicação. Dói por você e dói por mim.
Dói, porque justamente agora, lentamente, a sua ficha está caindo. Mas é tarde demais.
Às vezes eu imagino que você vai perceber mesmo, e vai chegar correndo, me impedindo de ir, dizendo que agora sim as coisas vão se acertar. Adiantaria? Creio que não, mas seria bom.
Mas o que era para esperar disso tudo mesmo? Simplesmente, chegou a hora de abrir e mão e seguir em frente. E de receber algo novo. E não doer mais.
So, this is goodbye.

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Escritos já algum tempo, mas quase sem coragem de publicar.


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While you reminisce
About the things you miss
You won't be ready
To kiss...goodbye
(Echo & The Bunnymen, The Game)