sábado, 10 de setembro de 2011

Eu preciso?


Primeira coisa: espero que não seja clichê.
Hoje eu fiz um fondue de queijo, com pessoas extremamente queridas (sim, é possível receber amigos numa kitnet). E entre as conversas foram faladas coisas que me fizeram pensar sobre as necessidades do ser humano. Aliás temos alguma necessidade? Não estou aqui me referindo a comida, água, sono ou qualquer coisa de ordem fisiológica. Refiro-me aqui a algo mais.
No que acreditamos (essa é fácil, eu só acredito na liberdade, mas voilá, vivo em sociedade)? Por que trabalhamos? Por que nos preocupamos em ter onde morar e com que roupa ir?
Há quem diga que é o dinheiro, há quem diga que é o sexo, o poder (aliás, excelente aquele som do Verve, Bitter sweet symphony - já viram a letra?) Mas, de diversas discussões que tenho, principalmente nas mesas de restaurantes (na hora do almoço) e em bares (nos demais momentos), é que estamos aí, que vivemos para o amor. E esse amor pode se traduzir de tantas e tantas formas: o “Eu te amo” dos amantes, o “Eu me preocupo, ligue quando chegar” dos pais, o “E aí, você ta  bem” dos amigos, o “Seu trabalho está sempre excelente” do chefe,  etc...
Ou seja, existe uma única necessidade, real e latente, para o ser humano: o ser amado, em alguma esfera.  No entanto existem problemas.
1)      Podemos mudar de idéia a qualquer momento (como diz minha mãe, para isso, basta estar vivo). E mudando de idéia, não somos mais amados.
2)     Há também aquele velho problema: ficamos a vontade demais... E ameaçamos, naturalmente, o lugar dos descolados que, paradoxalmente, têm ainda, em seu íntimo, posições tradicionais em demasia – aquela velha questão: “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”.  Então, de fato, nunca fomos amados, mas apenas a manifestação do desejo alheio.
3)     Simplesmente não sermos compreendidos, e termos o melhor de nós jogado fora.
4)     Há ainda (e infelizmente mais comum do que eu imaginava) a necessidade de atender a pressupostos sociais rígidos e que já perderam a graça (pelo menos para mim) de ser o estereótipo da família margarina. Esta consiste de um pai engravatado que sai cedo para trabalhar, dois filhos, uma menina e um menino, que estão praticamente prontos para pegar a condução que irá levá-los para a escola, e uma mãe, que sorri resignada diante do volume de louça que terá que lavar antes de sair para trabalhar bancando o papel da profissional perfeita, que sempre tem um sorriso para apresentar apesar do abacaxi que terá de ser descascado.
5)     Entre outras alternativas.
Só que eu descobri que essa necessidade é um poço sem fim: Não basta você ser amado pelos seus pais; é preciso ser idolatrado pela turma (do bairro, do colégio). Na basta ser o ídolo da turma, tem que ser admirado por seus professores, pais de amigos, os mais velhos do bairro. E aí negão, não basta isso: temos que ser amados pelo bairro vizinho, por outras faculdades, por supostos pares que nunca trocarem sequer um olhar conosco, o que se dirá de uma palavra.
Ou seja, temos que encontrar um PAPEL no grande teatro social que vivemos, cujo diretor se escondeu.
Só que estou perdida (ou não). Em algum lugar saí pela tangente desses ciclos, e não tenho como me reintegrar nunca mais. Aliás, nem quero.  Porém, de tudo isso, fica apenas uma coisa. Uma vontade de expressar uma coisa, que já nem sei se é somente direcionada a uma pessoa, ou ao o todo.
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E para isso, vai este link.
De todo modo, é importante ressaltar que acredito em poucas pessoas (grupo esse que ficou ainda mais reduzido desde o dia 03;/11/11). Ou tudo isso para dizer que: Aqueles que acreditávamos nos amarem fazem justamente aquilo que mais nos magoa. 
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Sim eu chorei, senti-me desprotegida. E não, não sucumbi – consequi reajeitar minha vida, e perceber o quanto eu fui abeçoada. E agradeço ao amor incondicional de alguns amigos, né Vivi!
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Mais uma coisa: não "preciso" de nada. Há apenas aquelas coisas que eu quero, pelas quais me interesso. Ok?