sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Vai passar, baby, vai passar


O estranho é não poder ajudar.
Você conhece a pessoa, conhece o problema, e vive, isto é, tem uma ideia de como a vida se desenrola.
Por outro lado, sabe também que isso é de cada um, e que realmente enquanto a sensação não some, não adianta explicar, mostrar exemplo, desenhar... Só serve abraçar. Mas...
Mas você esta a dez mil quilômetros dele. Não estou brincando, são dez mil quilômetros (Ok, talvez nove mil e quinhentos, mas longe, muito longe, e eu não tenho American Express Card).
Então, não tem abraço. E as palavras, são tão insuficientes e vazias. Mas vou tentar de todo modo.
Assim, eu peço: lembra. Lembra que a vida muda todos os dias.
Lembra de todas as suas qualidades. Lembra que seus defeitos são tão escondidinhos que não ofuscam sua capacidade e seu brilho.
Lembra da sensação gostosa que vem quando a gente consegue vencer um obstáculo, conquistar um objetivo.
Lembra que o tempo é o tempo, ele passa, mas passa diferente para cada um de nós nesse mundo.
Lembra que comparações são as piores coisas que existem, pois nunca são completas, e que cada um tem um contexto, um objetivo, e que nunca dá para ser igual.
Lembra de todas as pessoas que todos os dias você faz sorrir. E lembra que uma delas sou eu, mesmo estando tão longe.
Lembra de como você é importante. Como você faz a diferença cada vez que acorda, cada vez que manda uma mensagem, que entra no trabalho, que volta para casa.
Lembra de como você é amado. Por um monte de gente, mas sobretudo por mim.
E lembra que eu já me senti assim também, e que nesse momento você apareceu e tudo mudou.
Vai passar, baby, vai passar.

*****
E em praticamente 12 dias estaremos juntos novamente S2

*****

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Brinde ao novo



Lembrar-se do passado.
Resgatar o passado.
Buscar pessoas que já passaram pela sua vida.
Voltar aos lugares onde já viveu.
Incompreensível. O mundo é tão grande!
Há tantos lugares.
Há tantas pessoas.
Por que sempre as mesmas, por que sempre os mesmos?
Isso, definitivamente, não é para mim.
Na minha vida, as coisas que ficam são presentes.
Se passaram, abriram lugar para o novo.
E o novo veio. Ele sempre vem.
As tentativas acontecem.
Por um tempo você tenta. Por mais tempo, os outros tentam.
Mas não dá, aquele espaço já era.
Fica a saudade, às vezes, mas nunca a falta.
As lembranças se bastam. As lembranças me bastam.
Pois a volta ao passado pode mostrar que nada mudou. Mas eu mudei.
E a volta ao passado também revela lados obscuros.
Não os quero. Já tenho minhas obscuridades.
O mundo é grande!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Universitários pós-modernos


Quem dá aulas, acredito, quer sempre ver o melhor de seus alunos.
Quer vê-los entender o que você está passando. Quer vê-lo utilizar esse conhecimento na sua vida, no seu trabalho, com sucesso. 
Sempre acreditei na parceria, no bate-papo, na troca mesmo, entre alunos e professores. E sempre acreditei nisso com tranquilidade, porque sou professora universitária. Talvez, se meu público fosse escolar, eu sentisse necessidade de uma maior imposição. Talvez.
Por outro lado, entendo que as disciplinas pelas quais sou responsável, integram um conjunto maior. Então eu contribuo com uma parte de cursos de graduação e pós-graduação. E ser uma parte de um conjunto maior significa que haverá, entre seus alunos aqueles com afinidade com a minha matéria, e outros não. E que o fato de parte deles não ser bem sucedida na minha disciplina não invalida, em nenhum momento, sua competência em outras matérias do mesmo curso.
De todo modo, há um investimento por parte dos alunos. De dinheiro, de tempo, de fôlego. Acredito que estão lá para saírem mais complementados.
Então não consigo acreditar quando, em graduação e pós-graduação, encaro situações como:
  • Não testar um software apresentado. Somos graduação e/ou pós-graduação. Mamãe/Papai não te obrigam mais a estar aqui, portanto aproveite sua liberdade de estudo e estude.
  • Vir com desculpas, do tipo:
    • Minha formação é outra. Mas você está aqui para aprender, correto?
    • Não leio inglês/espanhol. Graduação/Pós-graduação, certo? Uma dessas línguas você tem noção, os textos são técnicos, há google tradutor, tradukka e boa vontade. Peçam ajuda, mas não deixem de tentar.
    • Não fiz porque não consigo baixar o arquivo. Graduação/Pós-graduação, certo? Peça os arquivos por outro modo, mas não me enrole.
  • Não aceitar que comete erros, mesmo sendo as aulas o melhor local para isso acontecer (ou você prefere errar com seu chefe ou seu cliente?). Deixa a profa ajudar, ela está aqui para isso.
  • Passar uma aula com questões, mas fazê-las após o término da aula ou por e-mail somente. Isso priva o grupo do debate, e vale a máxima: “A sua dúvida pode ser a mesma dos outros”.
  • Não conseguir montar grupos com os colegas. Quer que a tia pegue na mãozinha e junte?
  • Reclamar de um membro do grupo para a professora. Queridos, eu recebo trabalhos, não faço terapia. Vou dar a nota para os membros constantes do trabalho entregue. Se alguém não trabalhou, não coloquem o nome do sujeito no trabalho. Resolvam!
  • Achei que a data e a forma de entrega eram outros. Não sei dos demais professores, mas eu, na primeira aula já entrego cronograma de datas e digo qual o formato. Entregou depois é nota menor ou zero. Sem discussão. Graduação/Pós-graduação, lembra?
  • Eu já conheço tema, não preciso fazer os exercícios. HAHAHAH. Pessoal, todos que me disseram isso e tentaram fazer os exercícios erraram coisas ou fizeram o trabalho final mal feito. Sem exceção. A prática leva à perfeição, portanto, se você já conhece o assunto, mais um motivo para treiná-lo.
Com situações como essas, eu me pergunto: será possível o debate ou terei que, ainda na faculdade agir como professora do Jardim da Infância? Será que não dá para ter maturidade?

*****

Amiguinhos, é evidente que nem sempre é assim. No entanto, tenho percebido um certo retrocesso no quesito maturidade, independentemente da idade, e do local onde ensino.  É culpa do Google? Do Facebook? Dos EUA? Da Dilma?
Por favor, se você está estudando, aproveite esse momento, aproveite seus colegas, aproveite seu professor. Faça valar a pena cada minuto e centavo investidos. Nós, professores, estamos aqui para isso: para responder dúvidas, para trocar ideias, para trabalhar em grupo.
Se você percebeu que não era bem o que queria, converse logo. Aulas podem ser mudadas, para melhor lhe atender, há sugestões de transferências. Não espere passar e depois sentir que não aproveitou.
E acima de tudo, eu escolhi ser professora universitária. Esforço todo dia para me aprimorar. Não me façam me sentir como a tia do jardim da infância. Não levo jeito.

*****

Hey kids, don't leave the teacher alone! ;)


quinta-feira, 16 de maio de 2013

Leve Força



Forte
Fortaleza
Sim, você é forte
Resolve tudo por si
Não precisa de ninguém
E ninguém se incomoda, pois você da conta.
Mas não é o resolver que importa.
É perceber o principal e mesmo a coisa sem importância, as pequenas coisas.
Porque são essas coisas que realmente importam.
E para essas, não é a força que vale.
E nem é a importância.
É todo o resto.
É o nada.
Não forte.
Leve.
Sorry.

*****
Sim, eu valorizo cada minuto, cada esforço, cada passeio, cada ajuda.
Sobretudo a loucura, a diferença e autenticidade.
Eu não preciso; eu gosto, eu quero.
E eu quero sempre mais. Mesmo.

*****
Duas músicas martelam minha cabeça:
Enjoy

*****

Amor (Secos & Molhados)

Leve, como leve pluma
Muito leve, leve pousa.
Muito leve, leve pousa.

Na simples e suave coisa
Suave coisa nenhuma
Suave coisa nenhuma.

Sombra, silêncio ou espuma.
Nuvem azul
Que arrefece.

Simples e suave coisa
Suave coisa nenhuma.
Que em mim amadurece

segunda-feira, 29 de abril de 2013

O público, o privado e as redes sociais ou que a internet fez com nossas vidas?


Sim, eu adoro internet e todas as possibilidades que ela oferece de acesso à informação. Só o fato de eu poder falar com pessoas e resolver pendências sem uma ligação telefônica já seriam motivos suficientes para eu não querer viver desplugada.
Como pesquisadora e professora, ter acesso a conteúdos sem ter de ir à biblioteca ou à banca de jornal também me faz mais feliz.
Mas aí tem as redes sociais. Bacana. Ótimo meio de manter contatos profissionais, familiares, amigos... Um ótimo meio para troca de informações, em todos os âmbitos. E nessa você cria um blog, contas no twitter, no linkedin, no facebook, etc.
Eu costumava dizer, que além dos mexericos e espionagens, característicos das redes sociais, a parte mais chata da internet era a falta de senso privado. Mas até então, eu tinha a seguinte definição para o meu senso privado, uma coisa relativa a espaço/tempo: aquela história de você não ter mais limites determinados para trabalho, estudo ou lazer, e acabar fazendo tudo ao mesmo, ou dando mais tempo para uma dessas coisas, geralmente ao trabalho.
Isto é, antes para resolver uma pendência do seu trabalho, você deveria estar no seu local de trabalho. Ao bater o cartão e deixar o recinto, a pendência teria de esperar o seu retorno. Hoje, com email, você vê no domingo a tarde toda a confusão antes da segunda-feira. Nem preciso dizer que isso contribui, e muito, para o aumento da ansiedade das nações. Talvez somente os médicos conhecessem essa realidade, ao terem seu bips sempre tocando durante seus momentos privados.
Mas devido a fatos mais recentes, meu conceito de senso privado foi ampliado. Agora, além da questão espaço/tempo, as redes sociais também passaram a ter seu caráter público e privado. Entao, por exemplo, twitter em geral é publico. Você pode me seguir, mesmo que eu não idéia de quem você seja – existem mecanismos de bloqueio, mas não tão evidentes como no facebook. Então, no meu twitter menos de mim e mais do mundo. O linkedin, minha faceta profissional, que aparece para todos, e com mais detalhes para aqueles da minha rede. E o facebook, ah, o facebook. Local, onde o mundo, o profissional, e o pessoal, se cruzam meio que sem limites. E sim, as pessoas querem saber quem você é quando tira o uniforme. E querem ser seus contatos no facebook.
Mas uma vez que eu te aceito no facebook, eu digo: sim, você pode ver um pouco mais do meu lado pessoal, mas tem o compromisso de manter isso aqui dentro, aqui no facebook. E dessa forma, fotos, links e postagens em geral podem ser curtidas, comentadas e compartilhadas. Mas dentro do facebook apenas, e em geral entre seus contatos. Tanto é que quem não é meu contato, ao acessar meu perfil, pouco verá. Duas fotos (a do perfil e a de capa), e duas ou três postagens que fiz questão de deixar abertas ao público.
Ou seja, o conteúdo do meu facebook é privado, meus contatos têm o direito de ver o que coloco, mas têm também o dever de manter essas informações, sobretudo as pessoais, dentro do facebook mesmo.
E qual não foi minha surpresa, na ocasião de uma entrevista, em que me foi comunicado que uma foto minha do facebook havia sido escolhida para ilustrar a tal matéria. Isso mesmo, que uma foto privada, acessível por uma das pessoas responsáveis que por acaso estava (não está mais) entre meus contatos, iria para outro ambiente. Seria deslocada do seu âmbito privado, para o âmbito público, sem o meu consentimento. Detalhe, a entrevista foi dada por email, não pela rede social. Fiquei sem acessar o facebook alguns dias e se passasse mais um dia sem acesso, a foto teria ido ao ar, e eu a um advogado.
Daí vem a discussão: está na internet é público?
Claro que não. Não vou entrar no mérito dos direitos autorais e de propriedade aqui, muitas vezes não respeitados e confundidos com direitos editoriais. Mas sim, a internet possui camadas virtuais de permissão, e nem tudo é público. Que tal uma reflexão para podermos respeitarmo-nos uns ao outros?  Tanto que se meus conteúdos do facebook fossem públicos, eu aceitaria qualquer pessoa como contato, e mais, deixaria públicas, e não apenas visíveis para meus contatos, todas as postagens que faço por lá.
Bem é isso – devemos ter cuidado com que postamos, e como postamos. Mas devemos sobretudo ter respeito pelos conteúdos postados pelos outros, e avaliar as conseqüências que o uso e o não uso da internet e das redes sociais pode acarretar às nossas vidas.
*****
Aliás, por conta da divulgação da mesma entrevista, fiquei chocada com o número de colegas de profissão (professores e bibliotecários) que não acessam o twitter como fonte de informação.
Um pouco antes de publicar este texto recebo o link da entrevista de Giseli Aguiar sobre bibliotecários e redes sociais. Muito a calhar : http://www.usp.br/agen/?p=136090
*****
A propósito, nem fiquei sabendo qual foi a foto que tentaram usar do meu facebook... Consegui a tempo parar o processo, mas a curiosidade ficou.

terça-feira, 5 de março de 2013

Minhocas


Talvez seja o calor – realmente é difícil suportar um clima tão quente, abafado. Talvez sejam hormônios – mulheres e hormônios vivem em constante disputa de poder. Talvez seja o fato de eu viver e ser natural da cidade que possui o “Minhocão”. Difícil saber de onde vem isso exatamente.
E isso é também uma coisa difícil de explicar. O que é isso? Um sentimento? Uma intuição? Uma insegurança? Uma idéia? Não sei de onde vêm, e nem sei definir. Mas sei nomear: “Minhocas”.
Assim mesmo no plural, ainda que seja algo singular. La está você, toda feliz. Do nada surge um fato, uma frase, uma expressão. E repentinamente você já não sabe mais quem é, onde está, e o que fará no momento seguinte. Você nem consegue articular uma frase de maneira digna. Tudo soa falso, frio.
A solução, ainda que temporária, tem sido sempre a mesma: dormir, espairecer, falar com uma pessoa de confiança, e no final muito provavelmente deixar para lá. Uma vez no passado eu fiz diferente. Falei que não estava entendendo, pedi explicação, fui embora. O resultado foi trágico. Nem me acalmei, nem recebi respostas.
Mas hoje é diferente. Hoje eu tenho um blog. Hoje vou escrever. Já nem importa a origem ou o destino. Quero entender as Minhocas, mas isso me parece impossível.
Primeiro, porque, arrogante e auto-suficiente que sou, penso que esse tipo de coisa não me perturba mais uma vez que a maturidade e o esclarecimento já me distanciaram de qualquer coisa nesse sentido. Ah, super-mulher, você é foda.
Depois, porque tirando as minhocas, realmente está tudo muito bem, até ótimo pode-se dizer.
Bem, como ser racional e “iluminado” que sou, decido tomar um banho. Tento relaxar. Sim, as minhocas estão lá, mas começam a se dissolver na água morna do chuveiro. No lugar delas aparece um medinho. Um medo de sofrer, um medo de que tudo seja uma grande mentira. Mas ao mesmo tempo, vêm as palavras carinhosas de um grande amigo, que me libertam da minha mente catastrófica. Não, não é nada. É talvez somente a reminiscência da escolha de Sofia. É medo mesmo, mas medos podem ser vencidos.
Saio do banho, me preparo para dormir. Se ainda havia alguma minhoca, ela foi subitamente substituída pela BARATA que apareceu na cozinha. Corro atrás do spray de veneno, penso em chamar meu pai (que está dormindo há quarenta quilômetros daqui, em outra cidade).
É, minhocas, vocês não têm chance comigo. A vida, com sua realidade e suas baratas, me desperta desse torpor destrutivo.
Obrigada, barata.

*****
A escolha de Sofia. Livro de 1979, filme de 1982. Em um determinado momento, em campo nazista, Sofia, que tinha um casal de filhos, teve de escolher entre ficar com a menina ou o menino, ou ambos seriam entregues aos nazistas. Ela escolheu o menino. E depois disso, vieram as teorias de que o homem tem a certeza do amor da mãe, enquanto a mulher precisa afirmar que é querida a cada dez segundos. E isso embola todos os seus relacionamentos.

*****
Acho que o pavor de baratas está passando. Consegui até recolher o cadáver e jogá-lo no lixo. Disgusting!

*****
Creio que realmente minhocas são as coisas mais besta e inúteis desse mundo, e por ora elas não habitam minha cabeça.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Como aproveitar a vida


Aí eu escuto: “Puxa, você sabe aproveitar a vida né? Quero ser como você”. Bacana. Às vezes até me sinto a tal com essa conversa. Mas o que temos de fato nisso tudo? Temos o Sim e o temos o Não.
Como gosto de organizar informação, vício de bibliotecária, vou colocar os pontos em ordem alfabética:
  • O Não.

O uso do não deveria estar condicionado ao fato de você não querer fazer alguma coisa. Então, eu te chamo para ir a um espetáculo, e você não quer ir, a resposta mais adequada é o Não.
No entanto, o uso do Não me parece desvirtuado.  Na verdade você quer ir. Mas junto com esse querer, você pensa na conta para pagar, você pensa que pode pegar transito no caminho, que tem que dormir, que tem acordar, que não levou a maquiagem na bolsa... sei lá – arruma um motivo para mesmo querendo ir, você, adulto, responsável e vacinado superar sua criança interior que quer dominar o mundo e recusar.
Há quem diga “eu queria tanto ir, mas hoje não posso”. Não posso??? Ah, pode sim, mas provavelmente remanejar o futuro vai dar um trabalhinho. Sobre o “não posso” já discutimos um pouco naquele outro posto “isto non ecxiste” ou qualquer coisa que o valha, aqui neste mesmo blog.
  • O Sim.

Simples e claro, o Sim é libertador. O Sim é aquela palavrinha que você usa para dizer na vida quem é mesmo que manda. E quando você diz Sim, você se responsabiliza por tudo, sabe que dormirá menos, que via gastar, que vai até trocar naquele momento, a companhia de uns por outros. Mais que isso, o Sim permite sorrir, dá aquele gostinho de “oh, estou fazendo uma loucura”, mas que a recompensa vem.


Quem me chama, sabe muito bem o que costuma ouvir: Sim. Pronto, voltemos ao começo deste texto. Aí eu escuto: “Puxa, você sabe aproveitar a vida né? Quero ser como você”.
Sim, eu aproveito a vida. Sim, eu aceito convites. Sim, eu vou a shows. Sim, eu ando de bicicleta. Sim, eu viajo sozinha. Sim, vou de ônibus ser for necessário. Sim, sim, sim, sim, sim e sim!
Quer ser como eu: diga sim!


******

Como não lembrar do Barack Obama:
Yes, you can


******

Convidei 19 pessoas diferentes para ir comigo ver o espetáculo do André Abujamra. De graça, eu havia ganhado os ingressos. Eu iria de todo modo, achei que seria uma pena desperdiçar o segundo ingresso (e realmente teria sido, pois foi INCRÍVEL). Antes de bater o gongo, ouvi um Sim.


*****

Aliás, super recomendo:                                            
Família Lovborgs – os russos transcomunicadores        


*****

Essa imagem do Snoopy é tão Sim para a vida!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Não achei o bréque


Não entendo essa coisa de ser morno, de ser mais ou menos, de frear.
Eu não sei ir com calma, ir pela metade. Eu só sei ir e quando vou, vou inteira mesmo.
E se tiver que voltar, volto inteira, mesmo que seja aos pedaços.
Por conta disso, cansei de perceber que às vezes apenas eu pareço não ter freios. Talvez eu fosse mais feliz, se fosse diferente, sei lá. Mas como não sou, continuo indagando...
E essa questão vem porque muitas pessoas que conheço têm essa coisa de ir com tudo, fazem isso uma vez, mas depois parecem que desistem, que se arrependem, e aí resolvem parar, pensar, planejar, rever os planos, desfazer, fazer de novo, replanejar... e uma década se passou.
Isso é chato! Onde é o país dos acelerados? É lá que eu quero morar!
Lady Blue, a inconformada. Sempre!

*****
You say: ‘go slow’
I fall behind, The drum beats out of time
(Time after time).

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Agatha e eu


Hoje uma etapa da minha foi encerrada. Terminei de ler a obra de Agatha Christie.
Eu sabia que ia ficar um vazio. Mas achei que ia ser só um pouquinho.
Agatha Christie, eu a acompanho desde julho de 1992. Fui apresentada à senhora naquelas férias que passei na praia, na casa da minha madrinha.
Na bagagem de volta, além do frio gostoso que passei na praia, no sabor do papaia com creme de leite, e a aquele CD do U2, vieram alguns livros. Presentes da minha tia avó que também morava lá e quis dos livros se desfazer. Treze problemas, Os elefantes não esquecem, Os trabalhos de Hércules, entre outros.
A senhora passou a dominar minhas tarde e noites. Fui devorando seus livros.
Aos poucos, amigos e parentes souberam da minha singela obsessão. Minha tia chegou lá pelos idos de 1993, a me emprestar sua coleção: O cavalo amarelo, O detetive Parker Pyne, etc. Mas não era suficiente: eu queria ter os livros.
Logo, fiquei sócia do Clube do Livro, bem no ano em que lançaram uma série de seus livros. E aos 16 anos, meu parco salário meio salário mínimo passou a ser gasto em livrarias e sebos no entorno da Avenida Paulista, sempre em busca de um item inédito da minha coleção. Decidi que iria ler e ter toda a obra da Dama do Crime. Pouco a pouco, minha biblioteca foi crescendo. E se eu começasse a ler um desses livros pela manhã, de noite ou no máximo no dia seguinte, a leitura estava concluída.
Mas minha senhora, foram mais de 80 livros, e alguns não tão famosos ou fáceis de encontrar. Mas nunca desisti de meu intento.
Em disciplina durante minha graduação, pude apresentar um trabalho sobre sua história e produção: me valeu nota máxima em Ação Cultural.
Finalmente, por volta de 2010, percebi que tinha em meu poder metade da sua produção. E qual não foi minha satisfação quando meus pais também se tornaram seus fãs e passaram a me pedir novidades – apenas mais um impulso para cumprir meu objetivo, o sinal que eu precisei para, com mais condições de compra, retomar minha caçada. Agora os livros vinha em pacotes de seis, oito dez.
No meio disso, em 2012, passei uma semana em Londres: e pude conhecer a casa onde Agatha viveu e assistir a peça The Mousetrap (a ratoeira). Só de entrar no teatro para comprar o ingresso eu já me emocionei – no final do espetáculo eu estava delirante de alegria.
Em dezembro desse mesmo ano comprei o que faltava. E ontem li o último que faltava ler desse meu acervo. Completei minha tarefa.
E agora ficaram duas coisas: 1) o vazio – nada mais virá: Agatha Christie morreu com um legado de apenas cerca de oitenta obras. 2) O orgulho, cheio de apego, de ter tudo aqui comigo, na minha frente, e sobretudo, na minha mente.
Obrigada, Dame Agatha Christie, por tantos momentos de alegria.

*****

Na realidade faltam dois livros. No entanto, suas histórias foram desmembradas em outros livros de contos, que eu adquiri. E por enquanto, não há previsão de reedição em português. Ou seja, ainda há esperança de momento felizes no futuro.

*****

Saiba mais sobre essa incrível escritora aqui:

*****

O mais engraçado é pensar que provavelmente, eu não me daria bem com a senhora... Eu sou aquariana, ascendente em áries, enquanto você é virginiana, fora o seu gosto por mexericos e pela vida alheia ;)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Oração celta do amor



Um dos textos celtas que eu mais amo (melhor que isso só 'Metade' do Ferreira Gullar)! E como sempre, dedicado a todos os meus amigos :)

Happy Lammas!



Oração Celta do Amor

Que jamais, em tempo algum,o teu coração acalente ódio.
Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.

Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.
Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.

Que a musica seja tua companheira de momentos secretos contigo mesmo.
Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo.

Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins.

Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.
Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente, para que tu percebas a ternura invisível, tocando o centro do teu ser eterno.

Que um suave acalanto te acompanhe, na terra ou no espaço, e por onde quer que o imanente invisível leve o teu viver.
Que o teu coração sinta a presença secreta do inefável!

Que os teus pensamentos e os teus amores, o teu viver e a tua passagem pela vida, sejam sempre abençoados por aquele amor que ama sem nome. Aquele amor que não se explica, só se sente. 
Que esse amor seja o teu acalento secreto, viajando eternamente no centro do teu ser.

Que a estrada se abra à sua frente.
Que o vento sopre levemente às suas costas.

Que o sol brilhe morno e suave em sua face.
Que respondas ao chamado do teu Dom e encontre a coragem para seguir-lhe o caminho.

Que a chama da raiva te liberte da falsidade.
Que o ardor do coração mantenha a tua presença flamejante e que a ansiedade jamais te ronde.

Que a tua dignidade exterior reflita uma dignidade interior da alma.
Que tenhas vagar para celebrar os milagres silenciosos que não buscam atenção.

Que sejas consolado na simetria secreta da tua alma.
Que sintas cada dia como uma dádiva sagrada tecida em torno do cerne do assombro.

Que a chuva caía de mansinho em seus campos...
E, até que nos encontremos de novo...
Que os Deuses lhe guardem na palma de Suas mãos.

Que despertes para o mistério de estar aqui e compreendas a silenciosa imensidão da tua presença.
Que tenhas alegria e paz no templo dos teus sentidos.

Que recebas grande encorajamento quando novas fronteiras acenam.
Que este amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração, e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora.

Que jamais, em tempo algum, tu esqueças da Presença que está em ti e em todos os seres.
Que o teu viver seja pleno de Paz e Luz!

Eu espero a noite

Queria entender esse poder que a escuridão exerce sobre mim. Eu gosto dos dias, mas noite, alta noite, me faz querer fazer mais e mais coisas, deixa minha cabeça fervilhando.
Eu lembro a alegria que senti quando adentrei, na adolescência, um grupo de góticos. A promessa de que somente de noite eu estaria viva, que tudo seria feito na escuridão, que os dias não me veriam... Que besteira, eu estudava de manhã numa escola de freiras e tinha que ir dormir antes da meia-noite.
Ou melhor, tentar dormir. Eu quase não dormia. Passava a madrugada com os fones de ouvido, e afogando minha cara no travesseiro para encobrir minhas crises de riso.
Risos, isso mesmo. Que bela gótica eu era: estudava de manhã e tinha crises de riso.
De todo modo, foi naquela época que percebi que era um ser da noite. E que a noite me fazia feliz.
Mas aí apareceu aquela mancha na minha pele, na barriga. Nos dias seguintes, outras manchinhas ao redor da mancha-mor. Mais uns dias e minha mãe me conduzia ao médico. Eu já com uns 18, há uns três evitando o sol. E ouvi o doutor dizer:
- Eu podia receitar uma pomada, mas a verdade é que você está embolorando. Tome um sol que passa.
Comprei a pomada.

*****
One Caress

Well I´m down on my knees again
And I pray to the only one
Who has the strength to bear the pain
To forgive all the things that I´ve done

Oh girl, lead me into your darkness
When this world is trying it´s hardest
To leave me unimpressed
Just one caress from you and I´m blessed

When you´ve think tried
every road every avenue
Take one more look at what you found old
And in it you´ll find something new

Oh girl, lead me into your darkness
When this world is trying it's hardest
To leave me unimpressed
Just one caress from you and I´m blessed

I'm shying from the light
I always loved the night
And now you offer me eternal darkness

I have to belive that sin
Can make a better man
It's the mood that I am in
That's left us were we began

Oh girl, lead me into your darkness
When this world is trying it's hardest
To leave me unimpressed
Just one caress from you and I'm blessed
(Depeche Mode )

*****

Aliás boa época essa em que eu mal precisava dormir.
Uns 15 anos mais tarde, dormir muito, bem e na minha cama é imperativo para o meu viver.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Meio assim


É meio assim.
Acordo, faço café. Nem sei quando exatamente, mas logo estou na frente do computador. E-mails, notícias, facebook, e a tese.
Às vezes a tv está ligada, busco algum jornal. Outras, somente umas músicas de fundo. Raramente o silêncio.
Estico o braço, vejo se há bateria no celular. A água está sempre à mão. Um copo de coca zero, às vezes uma cerveja, outras jack daniels.
O gato no colo desmaiado. Eu me mexo (e eu me mexo muito, tanto acordada como dormindo), e ele nem parecer perceber. Como se fosse água, adapta-se constantemente ao meu corpo.
Há dias em que levanto e resolvo cozinhar. Nos demais, vai o que tem.
Eu me levanto, o gato reclama. Fica na cadeira que eu ocupava, se me demoro, vai atrás de mim. Mia, faz gracinhas. Volto a sentar e ele volta ao meu colo.
Permeando o dia pensamentos naqueles que amo, nos lugares que quero conhecer, e em tudo que estaria fazendo se não estivesse trabalhando e estudando. É como seu eu fosse um fragmento perdido das demais partes. O todo, sei lá, um dia se juntará. Ou não, de repente nem é fragmento mesmo.
Alguém manda um vídeo. Dou risada, choro, canto junto, compartilho.
O gato se levanta. Penso em fazer um chá, em buscar um caso. Mas resolvo escrever.
E já penso no livro que está na minha cabeceira. Será que hoje eu o termino? Devo já pegar outro? Mas tem a tese...
Ando, tomo um banho. O gato a esperar.
E eu também... Tempo!

*****

É verdade que não tem preço trabalhar descabelada, com a maquiagem borrada.
É verdade também que isso não é assim todos os dias. Por isso eu disse: “Meio assim”. Depois começam de fato as aulas na faculdade, congressos, viagens.
Se não, não tinha nem esse texto nem autora dele.
Mas realmente penso: como vivem as pessoas que entram as 8h e saem as 5h, voltam para a casa, jantam e veem a novela? O que move essas pessoas?

*****

Ainda bem que existe a arte. O telefone, o chat, a bike, os ônibus e o carro. Porque eles nos levam àquilo que importa mais: as pessoas.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

De volta para mim


Meus livros estão voltando para casa...
Quer dizer, eles estavam na casa dos meus pais, e hoje recebi três caixas cheias deles... Ainda há muito por trazer, mas começar a tê-los aqui comigo dá um acalento.
Umas semanas antes chegaram todos os que tenho da Agatha Christie... Fiquei triste apenas por não ter uma estante mais legal para pô-los. Mas o que importa é que eles estão aqui.
Aí, fui revendo minhas notas e achei esta aqui, de um livro da Anne Rice (a aquela da Entrevista com Vampiro, que também virou filme). Gosto muito desse trecho - e do livro também:

Ela sempre havia tido o costume de beber em excesso em ocasiões específicas. Costumava trabalhar muito nos seus estudos ou em campo por meses a fio, e então avisava que ia “fazer uma viagem à Lua!”, como dizia, e nesse período armazenava bebida e bebia durante diversos dias e noites. Suas bebidas preferidas eram aquelas com sabor e doçura – rum de cana-de-açúcar, conhaque de damasco, Grand Marnier, ad infinitum.Tornava-se introspectiva quando estava alcoolizada. Cantava, escrevia e dançava muito nesses períodos, e exigia que a deixassem em paz. Se ninguém a contrariasse, não haveria problema. Mas uma discussão poderia causar ataques histéricos, náusea, desnorteamento, um esforço desesperado de reconquistar a sobriedade e, finalmente, a culpa. Mas isso raramente ocorria. Em geral, ela simplesmente bebia uma semana inteira, sem ser perturbada. E então acordava um dia de manhã, pedia um café da manhã com café forte e, em questão de horas, voltava ao trabalho, aplicando-se talvez seis a nove meses sem repetir suas pequenas férias.No entanto, mesmo em ocasiões sociais, caso bebesse, Merrick bebia para se embriagar. Entornava seu rum ou qualquer bebida doce em coquetéis extravagantes. Não tinha nenhuma vontade de beber com moderação. Se déssemos um grande jantar na casa matriz, e dávamos muitos, ou ela se abstinha ou continuava bebendo até perder os sentidos. O vinho a deixava impaciente.
 (Rice, Anne. Merrick: romance. Rio de Janeiro: Rocco, 2001. p.57)

*****

Repito algo que já disse antes: como é possível pessoas (alfabetizadas) que não leem, que não tem prazer em ler, o que seja, prosas, poesas, romances, biografias, quadrinhos...
É tão bom!

*****

Outra coisa: 2013 já é um ano melhor. Alívio!


*****
 Na foto, eu com uns livros :)

domingo, 13 de janeiro de 2013

Seis e uma


Seis meses de angústias.
Seis meses de tentativas.
Seis meses sentindo um progressivo abandono.
E numa única tarde, tudo passa.
Amizades são assim. Pessoas são assim.
Coautores e corresponsáveis por todas as situações.
Obrigada minha amiga, por estar de volta.

*****

Começo a ficar livre
Espero. Acho que sim.
(Legião Urbana)

*****

Essa amiga sempre vai sempre me lembrar da Luluzinha.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A sociedade Zumbi


O assunto veio da conversa com um amigo querido no final do ano.
Zumbis: Pessoas mortas, que de alguma forma estão por aí, ocupando espaços de maneira superficial apenas atrás de miolos. Só miolos, nada mais.
Não pensam, não fazem nada. Acham que precisam de miolos e vão atrás disso. Não precisam de nada na verdade, pois estão mortos, mas insistem em aparecer por aí.
E aí vem o Roberto Carlos. Alguém o convenceu que apesar de sua decrepitude ele deveria cantar e fazer pose de galã (???). E lá foi ele. E esse mesmo alguém convenceu a massa que ela deveria curtir as músicas e a pose de galã. Resultado: pegue qualquer toplist de rádio “popular”, e quem lidera a parada. Sim o zumbi mor do Brasil, o Roberto Carlos. Jabá ou não, o sujeito toca nas rádios, vende cds, emociona multidões.
Multidões de... Zumbis, claro.

******

Penso que hoje é meio assim que as pessoas se aproximam de você. Um ponto específico, te matam para sobreviver. E tudo “super normal”.
Deve vir daí esse sucesso imenso de tudo que tem a ver com zumbis...
Prefiro White Zombie, Nação Zumbi. E vampiros.

*****

Zombie (Cramberies)

Another head hangs lowly
Child is slowly taken
And the violence caused such silence
Who are we mistaken?

But you see, it's not me, it's not my family
In your head, in your head they are fighting
With their tanks and their bombs
And their bones and their guns
In your head, in your head, they are crying...

In your head, in your head
Zombie, zombie, zombie hey, hey
What's in your head? In your head
Zombie, zombie, zombie?
Hey, hey, hey, oh, dou, dou, dou, dou, dou...

Another mother's breaking
Heart is taking over
When the violence causes silence
We must be mistaken

It's the same old theme since nineteen-sixteen
In your head, in your head they're still fighting
With their tanks and their bombs
And their bones and their guns
In your head, in your head, they are dying...

In your head, in your head
Zombie, zombie, zombie
Hey, hey. What's in your head
In your head
Zombie, zombie, zombie?
Hey, hey, hey, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, h