É meio assim.
Acordo, faço café. Nem sei quando exatamente, mas logo estou
na frente do computador. E-mails, notícias, facebook, e a tese.
Às vezes a tv está ligada, busco algum jornal. Outras,
somente umas músicas de fundo. Raramente o silêncio.
Estico o braço, vejo se há bateria no celular. A água está
sempre à mão. Um copo de coca zero, às vezes uma cerveja, outras jack daniels.
O gato no colo desmaiado. Eu me mexo (e eu me mexo muito,
tanto acordada como dormindo), e ele nem parecer perceber. Como se fosse água,
adapta-se constantemente ao meu corpo.
Há dias em que levanto e resolvo cozinhar. Nos demais, vai o
que tem.
Eu me levanto, o gato reclama. Fica na cadeira que eu ocupava,
se me demoro, vai atrás de mim. Mia, faz gracinhas. Volto a sentar e ele volta
ao meu colo.
Permeando o dia pensamentos naqueles que amo, nos lugares
que quero conhecer, e em tudo que estaria fazendo se não estivesse trabalhando
e estudando. É como seu eu fosse um fragmento perdido das demais partes. O
todo, sei lá, um dia se juntará. Ou não, de repente nem é fragmento mesmo.
Alguém manda um vídeo. Dou risada, choro, canto junto,
compartilho.
O gato se levanta. Penso em fazer um chá, em buscar um caso.
Mas resolvo escrever.
E já penso no livro que está na minha cabeceira. Será que
hoje eu o termino? Devo já pegar outro? Mas tem a tese...
Ando, tomo um banho. O gato a esperar.
E eu também... Tempo!
*****
É verdade que não tem preço trabalhar descabelada, com a
maquiagem borrada.
É verdade também que isso não é assim todos os dias. Por
isso eu disse: “Meio assim”. Depois começam de fato as aulas na faculdade,
congressos, viagens.
Se não, não tinha nem esse texto nem autora dele.
Mas realmente penso: como vivem as pessoas que entram as 8h
e saem as 5h, voltam para a casa, jantam e veem a novela? O que move essas
pessoas?
*****
Ainda bem que existe a arte. O telefone, o chat, a bike, os
ônibus e o carro. Porque eles nos levam àquilo que importa mais: as pessoas.
O que move essas pessoas é a rotina que nśo não temos.
ResponderExcluirA regra da 'vidinha regrada' para ter assunto no dia seguinte no trabalho. Comentar dos dissabores fictícios, em vez de se ocuparem ou terem ocupação para a própria vida.
bj prá vc!
Acho que é por aí mesmo... Beijo!!!
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