quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

O Mundo é grande, e ele gira


É isso mesmo. Uma imensidão sem fim. Sempre haverá o que descobrir, o que conhecer, o que não gostar. 
Quando olho para trás, e hoje especialmente para os últimos meses, ainda não consegui decidir se o que passou, o que passei, foi bom ou ruim.
Um primeiro ímpeto me faz reclamar. Sim, saí da minha zona de conforto (ou dela fui expulsa) e segui. Reconstruí todo o meu cotidiano. Fiquei numa espécie de bolha, de torpor, querendo que o tempo parasse, e ao mesmo tempo querendo que ele simplesmente desse um salto para dali uns cinco anos.
Mas aí, se eu pensar no conjunto da obra, em todos os aspectos daquilo que nos fazer viver, congregar, amar, ser, não dá para negar: passei e estou passando por momentos absolutamente abençoados. Sou alguém. 
É engraçado também perceber como as coisas mudam, e como sim, tudo passa. É, o mundo gira. O que deixa de ser e o que agora é vale o que nunca foi. Estive em lugares que nunca imaginei conseguir ir. Fiz coisas memoráveis. Ainda acho que minha vida daria um livro e um excelente filme. Não, uma série. Afinal, ainda tenho muito o que viver.

***** 

Essas palavras não expressam o turbilhão que sinto e pelo que passei. Mas elas estão tentando sair, e isso também é alguma coisa (e boa). 


*****
METAL CONTRA AS NUVENS

Não sou escravo de ninguém
Ninguém, senhor do meu domínio!
Sei o que devo defender
E por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz

Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais

Eu sou metal
Raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal
Eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal
Sabe-me o sopro do dragão

Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição
O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos.

Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra tem a lua, tem estrelas
E sempre terá

Quase acreditei na tua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa

Quase acreditei, quase acreditei
E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo.
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.

Olha o sopro do dragão (4x)

É a verdade o que assombra
O descaso que condena
A estupidez o que destrói
Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais

Tenho os sentidos já dormentes
O corpo quer, a alma entende
Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos

Eu sou metal - raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal: eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal: me sabe o sopro do dragão

Não me entrego sem lutar
Tenho ainda coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então

Tudo passa
Tudo passará (3x)

E nossa história
Não estará
Pelo avesso assim
Sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar
E até lá
Vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora, ahh!
Apenas começamos.

(Legião Urbana)

***** 

De uma coisa eu sinto uma saudade - não o suficiente para voltar - da casa que vivi entre 2012 e 2013. Era um porão. Na casa de uma família italiana numerosa e amorosa. Minha casa era enorme, ainda que desajeitada, mas a pessoa que vivia lá, aquela que eu era, cheia de medos e coragens, nossa, que saudade. 
Mentira: naquela época eu estava numa busca, que me enchia de angústias e desesperos.