Hoje uma etapa da minha foi encerrada. Terminei de ler a
obra de Agatha Christie.
Eu sabia que ia ficar um vazio. Mas achei que ia ser só um
pouquinho.
Agatha Christie, eu a acompanho desde julho de 1992. Fui
apresentada à senhora naquelas férias que passei na praia, na casa da minha
madrinha.
Na bagagem de volta, além do frio gostoso que passei na
praia, no sabor do papaia com creme de leite, e a aquele CD do U2, vieram
alguns livros. Presentes da minha tia avó que também morava lá e quis dos livros
se desfazer. Treze problemas, Os elefantes não esquecem, Os trabalhos de
Hércules, entre outros.
A senhora passou a dominar minhas tarde e noites. Fui
devorando seus livros.
Aos poucos, amigos e parentes souberam da minha singela obsessão.
Minha tia chegou lá pelos idos de 1993, a me emprestar sua coleção: O cavalo
amarelo, O detetive Parker Pyne, etc. Mas não era suficiente: eu queria ter os
livros.
Logo, fiquei sócia do Clube do Livro, bem no ano em que
lançaram uma série de seus livros. E aos 16 anos, meu parco salário meio
salário mínimo passou a ser gasto em livrarias e sebos no entorno da Avenida
Paulista, sempre em busca de um item inédito da minha coleção. Decidi que iria
ler e ter toda a obra da Dama do Crime. Pouco a pouco, minha biblioteca foi
crescendo. E se eu começasse a ler um desses livros pela manhã, de noite ou no
máximo no dia seguinte, a leitura estava concluída.
Mas minha senhora, foram mais de 80 livros, e alguns não tão
famosos ou fáceis de encontrar. Mas nunca desisti de meu intento.
Em disciplina durante minha graduação, pude apresentar um trabalho
sobre sua história e produção: me valeu nota máxima em Ação Cultural.
Finalmente, por volta de 2010, percebi que tinha em meu
poder metade da sua produção. E qual não foi minha satisfação quando meus pais
também se tornaram seus fãs e passaram a me pedir novidades – apenas mais um
impulso para cumprir meu objetivo, o sinal que eu precisei para, com mais
condições de compra, retomar minha caçada. Agora os livros vinha em pacotes de
seis, oito dez.
No meio disso, em 2012, passei uma semana em Londres: e pude
conhecer a casa onde Agatha viveu e assistir a peça The Mousetrap (a ratoeira).
Só de entrar no teatro para comprar o ingresso eu já me emocionei – no final do
espetáculo eu estava delirante de alegria.
Em dezembro desse mesmo ano comprei o que faltava. E ontem
li o último que faltava ler desse meu acervo. Completei minha tarefa.
E agora ficaram duas coisas: 1) o vazio – nada mais virá:
Agatha Christie morreu com um legado de apenas
cerca de oitenta obras. 2) O orgulho, cheio de apego, de ter tudo aqui
comigo, na minha frente, e sobretudo, na minha mente.
Obrigada, Dame Agatha Christie, por tantos momentos de
alegria.
*****
Na realidade faltam dois livros. No entanto, suas histórias
foram desmembradas em outros livros de contos, que eu adquiri. E por enquanto,
não há previsão de reedição em português. Ou seja, ainda há esperança de
momento felizes no futuro.
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Saiba mais sobre essa incrível escritora aqui:
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O mais engraçado é pensar que provavelmente, eu não me daria bem com a senhora... Eu sou aquariana, ascendente em áries, enquanto você é virginiana, fora o seu gosto por mexericos e pela vida alheia ;)
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