quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Agatha e eu


Hoje uma etapa da minha foi encerrada. Terminei de ler a obra de Agatha Christie.
Eu sabia que ia ficar um vazio. Mas achei que ia ser só um pouquinho.
Agatha Christie, eu a acompanho desde julho de 1992. Fui apresentada à senhora naquelas férias que passei na praia, na casa da minha madrinha.
Na bagagem de volta, além do frio gostoso que passei na praia, no sabor do papaia com creme de leite, e a aquele CD do U2, vieram alguns livros. Presentes da minha tia avó que também morava lá e quis dos livros se desfazer. Treze problemas, Os elefantes não esquecem, Os trabalhos de Hércules, entre outros.
A senhora passou a dominar minhas tarde e noites. Fui devorando seus livros.
Aos poucos, amigos e parentes souberam da minha singela obsessão. Minha tia chegou lá pelos idos de 1993, a me emprestar sua coleção: O cavalo amarelo, O detetive Parker Pyne, etc. Mas não era suficiente: eu queria ter os livros.
Logo, fiquei sócia do Clube do Livro, bem no ano em que lançaram uma série de seus livros. E aos 16 anos, meu parco salário meio salário mínimo passou a ser gasto em livrarias e sebos no entorno da Avenida Paulista, sempre em busca de um item inédito da minha coleção. Decidi que iria ler e ter toda a obra da Dama do Crime. Pouco a pouco, minha biblioteca foi crescendo. E se eu começasse a ler um desses livros pela manhã, de noite ou no máximo no dia seguinte, a leitura estava concluída.
Mas minha senhora, foram mais de 80 livros, e alguns não tão famosos ou fáceis de encontrar. Mas nunca desisti de meu intento.
Em disciplina durante minha graduação, pude apresentar um trabalho sobre sua história e produção: me valeu nota máxima em Ação Cultural.
Finalmente, por volta de 2010, percebi que tinha em meu poder metade da sua produção. E qual não foi minha satisfação quando meus pais também se tornaram seus fãs e passaram a me pedir novidades – apenas mais um impulso para cumprir meu objetivo, o sinal que eu precisei para, com mais condições de compra, retomar minha caçada. Agora os livros vinha em pacotes de seis, oito dez.
No meio disso, em 2012, passei uma semana em Londres: e pude conhecer a casa onde Agatha viveu e assistir a peça The Mousetrap (a ratoeira). Só de entrar no teatro para comprar o ingresso eu já me emocionei – no final do espetáculo eu estava delirante de alegria.
Em dezembro desse mesmo ano comprei o que faltava. E ontem li o último que faltava ler desse meu acervo. Completei minha tarefa.
E agora ficaram duas coisas: 1) o vazio – nada mais virá: Agatha Christie morreu com um legado de apenas cerca de oitenta obras. 2) O orgulho, cheio de apego, de ter tudo aqui comigo, na minha frente, e sobretudo, na minha mente.
Obrigada, Dame Agatha Christie, por tantos momentos de alegria.

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Na realidade faltam dois livros. No entanto, suas histórias foram desmembradas em outros livros de contos, que eu adquiri. E por enquanto, não há previsão de reedição em português. Ou seja, ainda há esperança de momento felizes no futuro.

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Saiba mais sobre essa incrível escritora aqui:

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O mais engraçado é pensar que provavelmente, eu não me daria bem com a senhora... Eu sou aquariana, ascendente em áries, enquanto você é virginiana, fora o seu gosto por mexericos e pela vida alheia ;)

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