terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A modernidade e a meiguice


Ser uma mulher moderna é muito bom! Vai-se onde quer, com quer (ou sozinha mesmo), enfim tem-se uma liberdade deliciosa. Mas às vezes, e somente às vezes, surge uma necessidade, ou uma vontade, de ser meiga. Na verdade isso tem um fundo, que normalmente está associado a TPM e a alguns outros fatores. O fato é que se passe tanto tempo sendo livre, decidindo-se tudo sozinha, que meio que se perde o jeito para a coisa.
Existem algumas soluções: pode-se tentar ser meiga do jeito que for. Observações nesse sentido mostraram resultados um tanto duros, quase que militares – há uma falta de timing total, as coisas são ditas ou feitas mais rápido que deveriam, enfim, o desastre é quase certo. É como um furacão querendo apagar uma única vela de aniversário.
Outra possibilidade consiste em consultar pessoas meigas e fazer o que elas sugerirem. Novamente, o resultado das observações práticas foi abaixo do desejado. Fica um clima de falta de autenticidade, onde a mulher moderna está nitidamente cumprindo um papel forçado, para não dizer logo que isso é o exercício do fingimento. E para a hipocrisia, um pulo.
Há ainda a fé. Pode-se acreditar que os outros vão perceber o lado meigo da mulher moderna, mesmo sob a capa da praticidade, da pró-atividade e do jeito decidido dela. Custe o que custar.
No fundo eu não acredito em nenhuma dessas alternativas. Eu penso que essa necessidade vai ser preenchida por pessoas e situações que tenham realmente a ver com a mulher moderna. É como encontrar o homem moderno no mundo moderno. Existe o respeito, evitam-se estereótipos, e percebe-se que apesar de toda praticidade, as ações vem mais do coração do que de uma planilha organizada.
Nesse mundo existe de fato uma igualdade, não vulgaridade. E existe respeito e admiração. Neste mundo moderno, há a possibilidade de diálogos claros e de cumplicidade. Pula-se o jogo, ou pelo menos a partida é única e curta. E a meiguice surge naturalmente, focada em naquilo ou em quem realmente interessa.
Quando eu crescer eu quero ser assim!

*****

Não confunda meiguice com feminilidade. Afinal homens, animais, pinturas, músicas, etc., podem ser meigos também. Ao falar de mulher moderna, considero que a feminilidade faz parte dela sim.

*****

Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar
Porque ela vai ser o que quis inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz, vivam sempre em comunhão
E a tigresa possa mais do que o leão
(Tigresa, Caetano Veloso)

*****

Filme (Título Original): Party Girl
Título no Brasil: Baladas em NY
País de Origem: EUA
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 94 minutos
Ano de Lançamento: 1995
Estúdio/Distrib.: Casablanca Filmes
Direção: Daisy Von Scherler Mayer

Só para mostrar que o descolado e tradicional podem sim ser combinados.

*****

Aliás, o Dia Internacional das Mulheres vai cair na terça-feira de carnaval...

Nenhum comentário:

Postar um comentário