Hoje me senti extremamente ansiosa. Uma coisa de querer sabe aquilo que não dá para saber, de ficar meio sem ar, com a cabeça doendo de tanto pensar. Então, para não perder meu tempo com isso fiz duas coisas. A primeira, pesquisar sobre o assunto e assim, tentar reverter meu quadro. A segunda eu conto no final.
Ansiedade:
Distúrbio emocional, um sentimento de insegurança intensa, de perigo iminente... A ansiedade pode ser o sinal de uma patologia de origem nervosa (depressão). Ela também pode ser o sintoma de doenças orgânicas (cardiovasculares ou respiratórias). (http://www.criasaude.com.br/N2236/doencas/ansiedade/definicao-de-ansiedade.html)
1. Estado de perturbação psicológica causado pela percepção de um perigo ou pela iminência de um acontecimento desagradável ou que se receia; opressão; angústia; 2. desejo veemente; 3. incerteza aflitiva; 4. impaciência (Do latim anxietāte-, «disposição para a inquietação»). (http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/ansiedade)
E assim seguem mais ou menos as demais definções que encontrei.
De acordo com a Revista Superinteressante (http://super.abril.com.br/saude/ansiedade-447836.shtml), existem mais de 300 mil livros e 100 mil artigos médicos sobre o assunto, e o número aumenta todos os dias. (...) O primeiro que falou em ansiedade da maneira como a conhecemos foi Sigmund Freud, no fim do século 19, e, ainda assim, com uma definição bem pouco precisa: ansiedade é o medo de “algo incerto, sem objeto”. O significado mais aceito hoje em dia vem do psiquiatra australiano Aubrey Lewis que, em 1967, descreveu o termo como “um estado emocional com a qualidade do medo, desagradável, dirigido para o futuro, desproporcional e com desconforto subjetivo”.
Mulheres sofrem mais de ansiedade, e o motivo é hormonal: A mulher não produz hormônios regularmente como o homem. No período prémenstrual o cérebro dela fica privado de duas substâncias calmantes e antidepressivas, que são o estrógeno e a progesterona. Essa produção inconstante causa a TPM e a deixa mais vulnerável aos transtornos ansiosos.
A palavra ansiedade tem uma genealogia milenar. Veio primeiro do alemão: Angst; depois do grego antigo; e do latim: angor. E angor, por sua vez, procedeu da palavra egípcia ankh. No Egito antigo, esse era o nome dado ao símbolo do sopro da vida, que tinha origem na primeira tomada de ar de um bebê na hora do nascimento. Ou seja, já na raiz mais remota, a ansiedade estava relacionada à respiração – ou à falta dela.
Falta de respiração, prisão. Quando penso no assunto, logo associo ansiedade ao oposto de liberdade. E liberdade é tudo o que me faz ser o que sou. Na falta dela, quem sou eu? E aí começam as minhocas na minha cabeça a dialogarem como se fossem galinhas a cacarejar.
Tenho que saber!(Mas por quê? Pra que?)
O que vai acontecer? (isso importa?)
O que estão falando? (Como se eu mudasse alguma atitude minha por causa disso...)
O que estão fazendo? (Piorou, afinal eu tenho o que fazer.)
E segue a opressão nos pulsos, a vontade de dormir, de desplugar a cabeça.
A pergunta que não quer calar… Qualquer uma das coisas acima resolve alguma outra coisa???
Advinha a resposta: Não.
Então, sabendo que a ansiedade está ligada ao futuro, e a uma possível baixa de hormônios (o que pelas minhas contas, não procede), começo a pensar de onde eu tirei esses sentimentos tão avessos ao meu bem estar:
Tudo começou mais ou menos na hora do almoço. Estava eu ao computador quando vi uma foto. Perguntei à minha mãe, que tinha vindo almoçar em casa, o que achava da foto. Ela disse: “que bonita!”. Mas eu queria que ela não gostasse, enfim, que disse é mais ou menos, ok, legal... Veja bem, estou falando de uma foto; não se trata de fato, acontecimento, palavras... apenas uma imagem.
Bem, se minha mãe gostou, todo o mundo vai amar. E vão discordar de mim, e eu vou ficar no meu canto, e nunca mais ninguém vai falar comigo, e tudo se acaba... (ainda não tenho certeza se não é culpa dos meus hormônios mesmo...).
Carambolas, mas do que é que eu estou falando? Simplesmente de uma foto, e isso me deixa assim tããããããããoooo mal???
Paro. Vou a mais a fundo. Começo a perceber, que na verdade, há algumas coisas que ainda não foram resolvidas. Provavelmente, isso de alguma maneira me incomoda, e a foto foi apenas a gota d’água que detonou o processo de ansiedade.
Saio de casa, vou trabalhar para esfriar a cabeça, consigo um pouco, mas lá está a dona ansiedade, querendo dar as caras, iniciando uma pequenina dor de cabeça... tomo um café, bebo mais água, e lá está ela, recusando-se a ir embora.
Volto, solto o cabelo (afinal pode ser que o mal estar tenha origem naquele rabo de cavalo tão jovial que usei a tarde toda). Saio para jantar. Escolho uma carne que há muito tenho vontade de comer. Enquanto espero meu pedido chegar, sinto uma náusea – não posso comer! Respiro fundo, afinal se ansiedade é falta de respiração, vamos dar uma força.
Passado o jantar, caminho um pouco, vejo a movimentação alheia… E de repente parece que o aperto está se dissolvendo. De alguma forma, a pressão parece se esvair de mim. Ufa, já nem penso no assunto.
Chego em casa, ligo o computador, revejo a foto, e sorrio: de fato minha mãe tinha razão, é bonita mesmo. Mas agora isso não me afeta mais. É como se o medo tivesse se transformado, e agora houvesse apenas uma curiosidade leve, ou talvez aceitação – mais que isso, simpatia mesmo. Fico livre.
Respiro normalmente, a cabeça está bem, os pulsos já não sofrem mais. Lembro que sempre há alegria, mudança e esperança. Sorrio. Foi apenas uma crise.
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Eu disse que havia uma segunda coisa. O fato é que como fui jantar no shopping perto da minha casa, acabei fazendo umas comprinhas. Não sei se foi isso, mas de fato fiquei aliviada, e agora ansiosa para estrear as novas peças do meu guarda-roupa.
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Semana passada o Madame (ex-Satã) reabriu e eu me sinto adolescente de novo… E já viu adolescente sem crise? Pelo menos dancei como há anos não fazia. Obrigada São Paulo!
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