segunda-feira, 5 de março de 2012

As causas das crises de ansiedade


Hoje me senti extremamente ansiosa. Uma coisa de querer sabe aquilo que não dá para saber, de ficar meio sem ar, com a cabeça doendo de tanto pensar. Então, para não perder meu tempo com isso fiz duas coisas. A primeira, pesquisar sobre o assunto e assim, tentar reverter meu quadro. A segunda eu conto no final.
Ansiedade:
Distúrbio emocional, um sentimento de insegurança intensa, de perigo iminente... A ansiedade pode ser o sinal de uma patologia de origem nervosa (depressão). Ela também pode ser o sintoma de doenças orgânicas (cardiovasculares ou respiratórias). (http://www.criasaude.com.br/N2236/doencas/ansiedade/definicao-de-ansiedade.html)
1. Estado de perturbação psicológica causado pela percepção de um perigo ou pela iminência de um acontecimento desagradável ou que se receia; opressão; angústia; 2. desejo veemente; 3. incerteza aflitiva; 4. impaciência (Do latim anxietāte-, «disposição para a inquietação»). (http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/ansiedade)
E assim seguem mais ou menos as demais definções que encontrei.
De acordo com a Revista Superinteressante (http://super.abril.com.br/saude/ansiedade-447836.shtml), existem mais de 300 mil livros e 100 mil artigos médicos sobre o assunto, e o número aumenta todos os dias. (...) O primeiro que falou em ansiedade da maneira como a conhecemos foi Sigmund Freud, no fim do século 19, e, ainda assim, com uma definição bem pouco precisa: ansiedade é o medo de “algo incerto, sem objeto”. O significado mais aceito hoje em dia vem do psiquiatra australiano Aubrey Lewis que, em 1967, descreveu o termo como “um estado emocional com a qualidade do medo, desagradável, dirigido para o futuro, desproporcional e com desconforto subjetivo”.
Mulheres sofrem mais de ansiedade, e o motivo é hormonal: A mulher não produz hormônios regularmente como o homem. No período prémenstrual o cérebro dela fica privado de duas substâncias calmantes e antidepressivas, que são o estrógeno e a progesterona. Essa produção inconstante causa a TPM e a deixa mais vulnerável aos transtornos ansiosos.
A palavra ansiedade tem uma genealogia milenar. Veio primeiro do alemão: Angst; depois do grego antigo; e do latim: angor. E angor, por sua vez, procedeu da palavra egípcia ankh. No Egito antigo, esse era o nome dado ao símbolo do sopro da vida, que tinha origem na primeira tomada de ar de um bebê na hora do nascimento. Ou seja, já na raiz mais remota, a ansiedade estava relacionada à respiração – ou à falta dela.
Falta de respiração, prisão. Quando penso no assunto, logo associo ansiedade ao oposto de liberdade. E liberdade é tudo o que me faz ser o que sou. Na falta dela, quem sou eu? E aí começam as minhocas na minha cabeça a dialogarem como se fossem galinhas a cacarejar.

Tenho que saber!(Mas por quê? Pra que?)
O que vai acontecer? (isso importa?)
O que estão falando? (Como se eu mudasse alguma atitude minha por causa disso...)
O que estão fazendo? (Piorou, afinal eu tenho o que fazer.)

E segue a opressão nos pulsos, a vontade de dormir, de desplugar a cabeça.
A pergunta que não quer calar… Qualquer uma das coisas acima resolve alguma outra coisa???
Advinha a resposta: Não.
Então, sabendo que a ansiedade está ligada ao futuro, e a uma possível baixa de hormônios (o que pelas minhas contas, não procede), começo a pensar de onde eu tirei esses sentimentos tão avessos ao meu bem estar:
Tudo começou mais ou menos na hora do almoço. Estava eu ao computador quando vi uma foto. Perguntei à minha mãe, que tinha vindo almoçar em casa, o que achava da foto. Ela disse: “que bonita!”. Mas eu queria que ela não gostasse, enfim, que disse é mais ou menos, ok, legal... Veja bem, estou falando de uma foto; não se trata de fato, acontecimento, palavras... apenas uma imagem.
Bem, se minha mãe gostou, todo o mundo vai amar. E vão discordar de mim, e eu vou ficar no meu canto, e nunca mais ninguém vai falar comigo, e tudo se acaba... (ainda não tenho certeza se não é culpa dos meus hormônios mesmo...).
Carambolas, mas do que é que eu estou falando? Simplesmente de uma foto, e isso me deixa assim tããããããããoooo mal???
Paro. Vou a mais a fundo. Começo a perceber, que na verdade, há algumas coisas que ainda não foram resolvidas. Provavelmente, isso de alguma maneira me incomoda, e a foto foi apenas a gota d’água que detonou o processo de ansiedade.
Saio de casa, vou trabalhar para esfriar a cabeça, consigo um pouco, mas lá está a dona ansiedade, querendo dar as caras, iniciando uma pequenina dor de cabeça... tomo um café, bebo mais água, e lá está ela, recusando-se a ir embora.
Volto, solto o cabelo (afinal pode ser que o mal estar tenha origem naquele rabo de cavalo tão jovial que usei a tarde toda). Saio para jantar. Escolho uma carne que há muito tenho vontade de comer. Enquanto espero meu pedido chegar, sinto uma náusea – não posso comer! Respiro fundo, afinal se ansiedade é falta de respiração, vamos dar uma força.
Passado o jantar, caminho um pouco, vejo a movimentação alheia… E de repente parece que o aperto está se dissolvendo. De alguma forma, a pressão parece se esvair de mim. Ufa, já nem penso no assunto.
Chego em casa, ligo o computador, revejo a foto, e sorrio: de fato minha mãe tinha razão, é bonita mesmo. Mas agora isso não me afeta mais. É como se o medo tivesse se transformado, e agora houvesse apenas uma curiosidade leve, ou talvez aceitação – mais que isso, simpatia mesmo. Fico livre.
Respiro normalmente, a cabeça está bem, os pulsos já não sofrem mais. Lembro que sempre há alegria, mudança e esperança. Sorrio. Foi apenas uma crise.

*****
Eu disse que havia uma segunda coisa. O fato é que como fui jantar no shopping perto da minha casa, acabei fazendo umas comprinhas. Não sei se foi isso, mas de fato fiquei aliviada, e agora ansiosa para estrear as novas peças do meu guarda-roupa.

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Semana passada o Madame (ex-Satã) reabriu e eu me sinto adolescente de novo… E já viu adolescente sem crise? Pelo menos dancei como há anos não fazia. Obrigada São Paulo!

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