A história é
aquela de sempre: Vivemos para morrer. Mas na hora H é sempre difícil. Difícil para
quem se vai, imagino eu. E mais difícil para quem fica.
Chamem do
que quiserem: privação, apego, insegurança, desconhecimento... O fato é que
muita gente, e eu no meio, não sabe como lidar com isso. E se morte vem antes
da velhice (apesar de também ser difícil estabelecer esse limite ou entender o
fato como justificativa), é aí que o bicho pega...
Há uma
semana perdi um dos meus melhores amigos. Acidente de carro, 32 anos, filha de
11 anos, namorada, ap novo, emprego novo, etc, etc, etc... Morte besta, idiota
e cretina.
Tudo isso é
muito, muito doloroso mesmo. Fisicamente doloroso. Emocionalmente doloroso. Eu
achei que ele sempre fosse estar lá enquanto EU vivesse... Foi então que
esqueci um pouco da minha vida e passei a pensar na vida dele (que agora tinha
começo, meio e fim): Que vida intensa!
Desde novo,
sempre fazendo tudo. Trabalhando, estudando, balada, amigos, namoradas,
viagens. Desde sempre. No meio disso um cochilo ou outro, mas nunca uma pausa.
E ele ainda
tinha tempo para cuidar dos outros: da família, da namorada, da filha, de mim,
dos amigos. Mesmo quando estivemos afastados ele tinha a pachorra de saber tudo
o que se passava na minha vida... O que dirá quem esteve perto o tempo todo.
Lembro de
todas as broncas que levei dele... Lembro das comemorações que passamos juntos,
dos amigos que fizemos (e desfizemos), as viagens... As bebedeiras, as
loucuras, gargalhadas e gritos. Lembro de uma menina que conhecemos em São Thomé
das Letras que disse que nós parecíamos saídos de algum seriado... Era impossível
não rir com a gente.
Ahh cara...
Se eu for falar de todas as histórias que lembro... afinal foi desde 1994,
quando você e sua turma me salvaram do marasmo entediante que era ser uma
adolescente...
Mas a última
lembrança é ótima: você aqui em casa, o abração fraternal, as risadas até altas
horas... sempre como se o tempo nunca tivesse passado. Você lindo, com uma vida
ajeitada, sorrindo diante das perspectivas e de tudo o que foi conquistado. Ah,
meu querido... eu sei que ainda teríamos mil aventuras para viver... Mas com
certeza as milhões que vivemos antes disso valeram a pena demais...
Esquecer
está fora de cogitação – superar, até antes do que você possa imaginar, pois
assim como você, eu amo viver...
Meu amigo,
meu irmão, vou te amar para sempre!!! Afinal, você é e sempre será O cara!!!
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E um trecho
música que não sai da minha cabeça:
This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end
Of our elaborate plans, the end
Of everything that stands, the end
No safety or surprise, the end
I'll never look into your eyes...again
Can you picture what will be
So limitless and free
Desperately in need...of some...stranger's hand
In
a...desperate land ?
(The End,
The Doors)
Mi,
ResponderExcluirAqui vivemos só um pedacinho de tudo que viveremos pra sempre. Eu acredito nisso.
E, nesse pedacinho, tive o prazer (e ainda tenho) de partilhar o meu pedacinho de vida com pessoas que também têm prazer em partilhar o pedacinho de vida delas.
Sigamos. Não há nada diferente disso que possamos fazer.
Beijo